O futebol mais triste
As regras de futebol foram criadas na Inglaterra em 26 de
outubro de 1864 quando dirigentes de 21 clubes, portando no próximo mês de
outubro as 17 regras completam 153 ano. O paulista Charles Muller, trouxe o
futebol para o Brasil em 24 de novembro de 1874, á época, integrante do São
Paulo Atletic.
Com o tempo as regras de futebol, foram sendo atualizadas de
acordo com a evolução da modalidade e o progresso mundial. A última modificação
nas 17 regras criadas a 153 anos
aconteceram em 2014, antes da Copa do Mundo do Brasil pela
instituição responsável a International Football Association Board .
Mas agora, mais e 150 anos depois, o futebol chega a cada ano a
um patamar difícil e insuportável para
quem faz o show, nesse caso os atletas,
pois a última modificação da regra, prejudicou sensivelmente a comemoração dos jogadores ao fazer gols.
Isso porque as
comemorações estão cada vez mais restritas e passíveis de punição, o cartão
amarelo e até mesmo o vermelho: um jogador, após
marcar seu gol, chama os companheiros de equipe para o abraçarem; o jogador
batendo no peito após marcar o gol; abrindo a boca o máximo possível, como se
estivesse em uma cadeira de dentista. Este tipo de comemoração foi usada
diversas vezes pelo ex-atacante italiano Filippo Inzaghi durante sua carreira.
O autor do gol beijando o escudo do time ou da seleção,
demostrando amor por um ou por ambos; mergulhando no gramado com os braços e
pernas abertos. Isto foi feito pela primeira vez pelo alemão Jürgen Klinsmann,
que na época fora contratado pelo Tottenham. Segundo ele, era para satirizar
sua fama de cavador de faltas e pênaltis;
Colocando o dedo indicador na boca, pedindo para que a torcida
rival se cale., tal celebração foi usada constantemente por Andrey Arshavin,
durante sua primeira passagem pelo Zenit.
O jogador correr ou andar com estilo despreocupado ou com um
sorriso "arrogante", como se dissesse que "era o melhor" ou
que o gol "era fácil". Este tipo de celebração ficou imortalizada com
o francês Éric Cantona e, recentemente, com o sueco Zlatan Ibrahimović
O autor do gol correr pelo gramado e deslizar sobre o mesmo
ajoelhado: Neto foi o pioneiro nesta comemoração, que hoje é feita pelo
português Cristiano Ronaldo.
O jogador balança os braços de um lado para o outro, como se
estivesse balançando um bebê. Essa comemoração ficou marcada na Copa de 1994,
quando Bebeto, no jogo entre Brasil e Holanda, fez o segundo gol brasileiro e
chamou Romário e Mazinho para festejarem o gol desta forma para lembrar o
nascimento de Mattheus, filho do atacante.
O jogador apontando o dedo indicador para o céu, agradecendo a
Deus ou para homenagear alguém que morreu;
Colocando as mãos atrás das orelhas, para ouvir a reação da
torcida. Isto é geralmente usado para provocar a torcida do clube rival ou do
antigo time do jogador, quando este é vaiado constantemente.
O jogador correr para a bandeirinha de escanteio e dançar em
frente à mesma. O gesto foi imortalizado por Roger Milla, que comemorou seus
quatro gols na Copa de 1990 deste jeito. Ao marcar contra a Rússia, na Copa de 1994,
Milla repetiu a comemoração.
Dando acrobacias no ar após marcar o gol. Jogadores africanos,
principalmente da Nigéria, são os principais expoentes deste tipo de
comemoração de gols.
A mais famosa foi na Copa de 2002, quando Julius Aghahowa fez o
primeiro (e único gol) da Nigéria no torneio, contra a Suécia. fingindo
disparar com uma arma de fogo imaginária, apontando-a para o céu ou para algum
alvo virtual.
Os companheiros de time do jogador ficam ao redor dele e um
finge estar engraxando a chuteira do marcador;
Correr para a bandeirinha e dar-lhe vários socos;
Fazer o chamado "punho cerrado", em que o jogador
levanta o braço com a mão fechada e o outro braço é colocado atrás das costas.
Esta comemoração foi muitas vezes feita por Sócrates, ídolo corintiano.
Mas recentemente foi incluída na regra a aplicação do cartão amarelo
e até mesmo vermelho em determinadas comemoração, travando a felicidade dos
atletas, impedindo a alegria do momento maior numa partida de futebol e assim
são várias a proibições, como por exemplo:
Mão no ouvido, não pode
Fingir que está com uma arma de brincadeira, não pode
Tirar a camisa, não pode
Ir comemorar com a torcida, não pode.
Fazer coreografias, não pode
Ajoelhar-se, olhar pro céu e agradecer, não pode
Mas esta é a principal polêmica, pois a Fifa orientou os
árbitros que atuaram na Copa do Mundo para não considerar a escada de acesso do
campo às arquibancadas como alambrado e, portanto, não mostrar cartão amarelo
para jogadores que sobem as escadas na comemoração de gol.
A CBF orientou os árbitros de forma diferente, subir na escada é
considerada conduta antidesportiva, que na regra, a ação é para catão amarelo e
instituiu o seguinte texto: “ nos estádios que tenham escadas de segurança, os
atletas devem ser orientados por seus clubes para não subir nelas para
comemorar gols, pois isso caracteriza conduta antidesportiva."
E com essa decisão absurda, o futebol ficou mais feio, perdeu a
emoção, a alegria de jogadores e torcida não é mais a mesma, os jogadores estão
vivendo como se estivessem-no filme “ Sob o domínio do medo”
Nos atuais campeonatos estaduais especialmente, Rio de Janeiro e
São Paulo, vários clubes foram prejudicados, a última delas, a mais absurda,
aconteceu semana retrasada, quando Roger Guedes, do Palmeiras, foi expulso por
Luis Flávio de Oliveira, quando comemorou o terceiro gol na vitória de 3 x 1
contra o Novorizontino, em Novo Horizonte tirando o atleta da segunda partida
das quartas de final.
Mas isso já tinha acontecido com Alexsandro do mesmo Palmeiras, Cueva
(São Paulo), Copete (Santos), Gilberto (Vasco), Robinho (Atlétio
Mineiro), Luan (Gêmio).
A verdade é que essa inclusão na regra é uma estupidez, uma maneira
de tornar o futebol mais triste, atitude de quem nunca entrou num gramado, idéia de quem nunca suou a camisa, projeto de
quem nunca entrou no vestiário.
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