TV Brasil tem sinal cortado e deixa público sem saber de medalha histórica

TV Brasil tem sinal cortado e deixa público sem saber de medalha histórica

                                                    Adriano Wilkson (São Paulo)

A TV Brasil é a única de sinal aberto transmitindo a Paraolimpíada, mas quando o Brasil conquistou sua 48ª medalha no Rio e alcançou seu melhor desempenho na história do esporte paraolímpico, o público sintonizado na emissora não conseguiu ver.

O time de nadadores brasileiros de revezamento 4 x 100 m livre já estava quase nos últimos 100 metros da final, em uma disputa emocionante pela medalha de prata, quando o sinal da TV Brasil foi abruptamente cortado. No lugar dos atletas, o público teve que ver a propaganda da minissérie italiana Rosella, que a TV Brasil está transmitindo.

Enquanto Daniel Dias, Ruiter Silva, André Brasil e Phelipe Rodrigues já comemoravam a prata no Rio, o telespectador teve que se contentar em assistir à propaganda eleitoral obrigatória.

Quem não tinha outro meio de informação só soube que o time brasileiro tinha levado a prata no revezamento quase meia hora depois, quando o jornalista Maurício de Almeida entrou ao vivo no “Repórter Brasil” e comentou, meio de passagem, o feito dos nadadores.

Depois do jornal, a TV Brasil voltou a transmitir os Jogos, com uma partida entre Brasil e Turquia no basquete de cadeira de rodas sob o comando do narrador Ricardo Mazella.

Só aí o público conseguiu ter imagens da natação, com a entrega de medalhas ao time do revezamento, 43 minutos depois do fim da prova. Em todo esse tempo não houve nenhuma referência ao corte abrupto da transmissão, muito menos um pedido de desculpas aos telespectadores.

“A propaganda eleitoral interrompeu, é a lei brasileira que determina que seja assim”, disse Otávio Previde, o Magrão, diretor de esportes da TV Brasil, após ser procurado pelo UOL Esporte.

Ele afirmou que a emissora tentou flexibilizar o horário de entrada da propaganda eleitoral obrigatória, mas não conseguiu. “A gente pediu pro TSE, pros TREs, mas não autorizaram, os horários não se flexibilizam.”

Magrão também disse que o corte abrupto aconteceu por um atraso no início do revezamento.

“Evitamos ao máximo colocar uma transmissão nesse horário [da propaganda eleitoral]. A prova era pra ter começado mais cedo, mas atrasou. Se ela começa no horário iria terminar um minuto antes da propaganda eleitoral.”

Alguns telespectadores foram ao Twitter reclamar de não terem podido ver a final do revezamento.

“Se a gente não transmite reclamam, se a gente transmite e tem que cortar reclamam também”, disse Magrão. “Não tem jeito.” A emissora promete exibir o final da prova e a conquista da