Motorista de Uber sonha com retorno ao seu esporte predileto
Sem renda ele virou motorista de Uber para se manter, poder voltar a praticar o esporte que gosta e sonhar com os Jogos Olímpicos de París em 2024, já que não conseguiu em 2020, por uma série de problemas.
Atleta do decatlo, prova de dez modalidades e a mais difícil do atletismo, Jefferson Santos, 25 anos, estava certo que estaria nas Olimpíadas de Tokio, exatamente por ter o 5º maior resultado da história do Brasil. Praticando esse esporte havia 18 anos, Jefferson, conseguia em treinos seus melhores resultados, bom sinal antes de grandes competições.
Havia confiança do atleta, ele se considerava pronto, mas não contava com uma dura realidade que todos os brasileiros tiveram que aceitar em 2020; a pandemia de Covid-19, e com isso maior parte das competições esportivas foi suspensas, porém no final do ano o Troféu Brasil aconteceu, mas Jefferson teve Covid-19, pouco antes e não pôde competir, e ficou sem poder disputar, como muitos outros atletas, ele não obteve resultados.
Para ele, os resultados não eram problema, visto que, o mundo todo vivia essa situação de exceção, principalmente porque seus treinos iam cada vez melhor, " minha perspectiva no começo do ano era muito boa, eu estava bem, treinando certinho, fazendo meus melhores resultados, tinha certeza que iria ao Japão. Minha cabeça já estava totalmente nos jogos, bastava competir para fazer o índice", destaca.
A prova para essa qualificação aconteceria em junho. Chegou janeiro, e ele foi cortado de seu clube, bem como outros 21 atletas. Em março, perdeu o Bolsa Atleta. Ficou sem renda. O sonho de Jeferson era seguir os passos da sua tia e principal inspiração, Luciana Alves, que representou o Brasil em Sydney e Atenas em diferentes modalidades do atletismo.
O exemplo da tia e o apoio do tio, que é seu treinador desde os sete anos, o inspiraram também neste momento a seguir sempre em movimento, " meus tios já viveram muito isso e dizem que é uma fase, e que pode passar; depende de mim, ficar nela ou não", salienta
Agora seu objetivo é o Campeonato Mundial de Atletismo, em 2021, de olho em 2024, nos Jogos Olímpicos de Paris. Ele inclusive recentemente decidiu "brincar" no Campeonato Estadual de São Paulo e conquistou o 2º lugar.
Sua principal meta é conquistar os 8.500 pontos até 2024 , uma marca que Jeferson considera possível e que pode colocá-lo entre os melhores resultados olímpicos. Sua maior pontuação até agora é 8.187 pontos, a quinta melhor de todos os tempos no Brasil. O recorde sul-americano é 8.493, e ele está de olho nesse movimento.

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