Uma data que jamais esqueceremos: 12 de janeiro de 2011


Fotos Leonardo Vellozzo 

  A presidente Dilma Roussef, foi a primeira a chegar e liberou verba imediatamente 

Há 10 anos, a esta hora, toda uma cidade estava perplexa com o que via e não a acreditava. Destruição, edifício no chão, centenas de  mortos, milhares de famílias desabrigadas, bairros inteiros devastados, lama por todos os cantos da cidade, tristeza, luto, desespero. Uma cidade inteira sem luz, água, telefone, rádio e televisão, isolada do mundo.

Parecia que tínhamos despertado de um pesadelo ou assistido um filme de terror. A ficha não caia, por mais que víssemos o rescaldo das 7 horas de chuvas torrenciais, 130 milímetros de água entre 23h de 11 de janeiro e 6 da manhã de 12 de janeiro de 2011.

Imagens que jamais saem da nossa mente, principalmente quem viveu o momento mais perto, como eu que transportei 116 caixões de irmãos falecidos. Uma tristeza muito grande 8 dias depois ao ver o corpo do saudoso, querido e amigo Prefeito Paulo Azevedo, nas condições que estava.

Me lembro da Presidente da República Dilma Roussef, pousando no campo do Estádio Eduardo Guinle, e à medida que visitava os locais, ficava aterrorizada  com o que via e o resultado da maior tragédia climática brasileira dos últimos 50 anos.

Ainda hoje me lembro dos 75 amigos que perdi, gente do samba, da cultura, da educação, outros segmentos da sociedade e, principalmente o esporte que me projetou a nível nacional. Me lembro com muita saudades do maior amigo que tive em 40 anos de Nova Friburgo, Marcos Paulo Senna, atleta, treinador e dirigente de vôlei. Este sim, foi um grande amigo, irmão, parceiro de todas as horas, frequentador assíduo da minha casa e eu a dele, que jamais terei outro amigo igual a Senna.

De tudo isso, apesar da tristeza de ver os amigos mortos, ficou uma lição. A verdadeira lição. Que somos filhos de um mesmo pai que nos colocou e nos tira desta terra quando ele quiser, porque só ele tem esse poder, ele é o Criador maior e que sabe de todas as coisas. Ficou a lição que sem Des, oração, e acima de tudo fé e solidariedade não somos ninguém.

Para  aqueles que não tem sensibilidade, esta lição não serviu de nada, porque ainda hoje existe resquícios daquele momento. Para aqueles que roubaram o dinheiro liberado pela reconstrução, aqueles que tiveram o poder de fazer alguma coisa  e nada fizeram até hoje, ficou a lembrança do poder, da ganância, do roubo, da mentira. E eles vão pagar caro, quando Deus lhes cobrar.


                      Retrato do centro da cidade naquele dia nebuloso

Esta imagem rodou o mundo, a centenária Capela Santo Antonio 

 Neste local eu perdi tio, tia, e três primos cujos corpos até hoje não foram encontrados 

                                            Bairros inteiros destruidos 

                               Duas Pedras em frente ao Hospital São Lucas  

                           Nos cemitérios caixões chegavam de todos os lugares 


                  Paulo Azevedo este realmente merecia uma estátua na praça 

Comentários

  1. Meu nome é Jorge Alves Leandro. Sou empregado da Caixa Econômica Federal há 36 anos e estive em Nova Friburgo após a tragédia entre 25/01/2011 e 25/02/2011 juntamente com mais 99 colegas de todo Brasil no processo de liberação do FGTS. Foi uma lição de vida pessoal e profissional. Prometi a mim e a minha esposa que após minha aposentadoria em agosto/2020 estarei retornando para rever e abraçar fraternalmente o Jornalista José Duarte.

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  2. Meu nome é Jorge Alves Leandro. Sou empregado da Caixa Econômica Federal há 36 anos e estive em Nova Friburgo após a tragédia entre 25/01/2011 e 25/02/2011 juntamente com mais 99 colegas de todo Brasil no processo de liberação do FGTS. Foi uma lição de vida pessoal e profissional. Prometi a mim e a minha esposa que após minha aposentadoria em agosto/2020 estarei retornando para rever e abraçar fraternalmente o Jornalista José Duarte.

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  3. As lembranças são tristes, mas necessárias, nunca esquecerei e nem tento, foi ali que vi manifestações de humanidade nas pessoas, a solidariedade, a dor que paralisou e também mobilizou, só para ressaltar o lado positivo do ser humano, porque a avidez, diante de tanta dor, é desprezível, emburrece, nada constroem. Devemos procurar elevar e aprimorar nossa humanidade, é nela que nos tornaremos seres humanos melhores, e capazes de levantar uma cidade do pó, é a força matriz que transforma o caos em paz. Que em 2020 busquemos mais essas reflexões, e 2011 seja apenas lembranças!Boa Década para Todas, Todos e Todes!!!

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