Alô CNBB – Hora de se manifestar
A CNBB através de seus
regionais, Norte, Nordeste, Leste, Sul, Centro Oeste, Oeste, Noroeste, entre
outros, distribuiu um guia com orientações para as eleições de 2018. O
documento começa com a seguinte apresentação, “ Nós, bispos do Regional Leste
1, após ouvir leigos e padres de nossas dioceses, apresentamos algumas
orientações para o momento eleitoral que se aproxima. Embora nos dirijamos aos
católicos, desejamos que nossa palavra chegue a cada eleitor do Estado do Rio
de Janeiro, suscitando reflexão e diálogo, a fim de que o voto seja consciente
e responsável. Unimo-nos aos bispos de todo o Brasil, cuja mensagem foi
apresentada na assembleia deste ano” (CNBB, Eleições 2018: compromisso e
esperança, Aparecida, 17 de abril de 2018)
Em diversas dioceses padres
usam o altar para pedir votos e indicar partidos: como em Nova Friburgo, na
Canção Nova, Minas Gerais, Maceió, e algumas outras.
O mais incrível de tudo isso é
que o ítem 24 do documento expedido pela CNBB diz, o seguinte, “ Estas são as nossas orientações. Não são nem
poderiam ser indicações nominais, pois isto feriria gravemente o Evangelho no
qual cremos. Pedimos que elas sejam lidas muitas vezes, tanto individual quanto
comunitariamente, pois são um convite a gastar tempo para se reunir com a
família, os vizinhos e os amigos, mesmo que seja necessário reorganizar as
atividades, numa vida que se torna cada dia mais agitada e corrida.
A) O cânon 285 diz no §1º : “Os clérigos se abstenham de tudo aquilo que é inconveniente ao próprio estado, segundo as disposições do direito particular”.
§ 2º- Evitem aquilo que, mesmo não sendo indecoroso, é alheio ao estado clerical § 3º- Os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos, que implicam participação no exercício do poder civil. § 4 º – Sem a licença do Ordinário próprio não se incumbam da administração de bens pertencentes a leigos nem exerçam ofícios seculares que implicam obrigação de prestar contas.
B) O cânon 287 diz: §1º “Os clérigos sempre favoreçam de modo máximo a manutenção entre os homens da paz e da concórdia fundada na justiça ” § 2º “Os clérigos não tenham parte ativa nos partidos políticos e na direção de associações sindicais,a não ser que a juízo da competente autoridade eclesiástica, o exijam a defesa dos direitos da Igreja ou a promoção do bem comum”.
Na interpretação abaixo são focalizados somente os aspectos canônico-jurídicos não sendo levados em conta, embora fundamentais, a dimensão eclesiológica do Povo de Deus, o lugar que deve ocupar o leigo na sociedade e nem mesmo o papel, a função e a identidade do presbítero no mundo de hoje.
Pois bem. Se a entidade que
comanda padres, bispos, religiosos e leigos católicos no Brasil não se
manifesta em favor de partidos e candidatos, porque padres usam o altar para
pedir voto. Porque padres usam a rede social para fazer apologia de nomes. Não
é hora de tomar atitude? O momento não é de punir estes religiosos que misturam
Evangelizar com Politizar?


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