No Pará elas são mortas em Nova Friburgo agredidas violentamente


A cidade de Ananindeua no Pará é a cidade campeã brasileira de crime contra a mulher e Nova Friburgo campeã brasileira de agressão, muitas das vezes com vitima fatal.  A informação é do  Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAM do Pará) e do Centro de Referência à Mulher de Nova Friburgo.

A sala está quente, abafada. O pequeno ventilador que gira no canto da mesa não dá conta de vencer os quase 40°C que o termômetro marcava naquele começo de tarde no Pará. Os minutos de silêncio, timidez e hesitação precedem o peso dos depoimentos que viriam a seguir. Cada mulher sentada naquela roda sabe que não será fácil reconstituir as lembranças da violência sofrida durante anos.

Elas estão reunidas na sede (Cram) em Ananindeua, cidade da zona metropolitana de Belém. São mulheres de diversas idade, raça, classe e história, todas atendidas pelo serviço. Apesar das diferenças, todas têm algo em comum: o fato de estarem vivas para contar o que viveram significa que venceram as estatísticas.

As autoridades mergulharam nos registros do Ministério da Saúde para encontrar a cidade brasileira com mais mortes violentas de mulheres e a evolução desse número em onze  anos (de 2005 a 2016 – último ano com dados disponíveis no sistema). Essa categoria inclui mortes por violência por diversos meios, como sufocamento, arma de fogo, objetos cortantes ou mesmo agressões sexuais*.

Ananindeua foi o município com a maior taxa de morte de mulheres em 2015, com 21,9 homicídios para cada 100 mil. A segunda colocada, Camaçari, na Bahia, teve uma taxa de 13. A escalada da taxa de mortes de mulheres em Ananindeua ao longo dos anos também chama atenção: em 2005, foram apenas três mortes por agressões por 100 mil mulheres na cidade paraense – aumento de 730% em uma década.

Ananindeua aparece também entre as cidades com as maiores taxas de homicídio da América Latina e Caribe, segundo o Observatório de Homicídios. No último Mapa da Violência, que traz os homicídios por armas de fogo no país, de 2012 a 2014, ela fica em sétimo lugar no ranking.

Já em Nova Friburgo o número de mulheres agredidas é o 1º colocado no Brasil. Segundo o CREM que possui um trabalho espetacular de atendimento moral, social, psicológico, e até mesmo de ajuda material, em 2016 o número de mulheres agredidas foi de 29 em 12 meses; este ano até o final de agosto já subiu para 36.

Na maioria das vezes elas não fazem ocorrência  policial temendo o pior, mas a DEAM ( Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) informa que as denuncias são constantes e mantidas em sigilo, em virtude da violência de homens que  não tem o menor respeito pelo ser humano.

E se você que está lendo essa reportagem, pensa que isso acontece na zona rural do município, errou. Porque 80% dos casos é no centro e bairros próximos como: Olaria, Perissê, Duas Pedras, etc.

Apesar de toda conscientização, que o Crem de Nova Friburgo faz a alguns anos, sendo inclusive referência no Estado do Rio, a realidade na prática é outra, porque não há limites quando um homem quer agredir uma mulher.


Esta é a opinião também do Cram de Ananindeua, que não sabe mais o que fazer para brecar essa violência desenfreada contra mulheres, tornando a cidade a líder da América Latina em homicídio de mulheres.

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