Entrevista exclusiva com Siqueirinha (Gerente de futebol do Friburguense)





O Friburguense vai disputar pelo terceiro ano consecutivo a série B1 do Campeonato Estadual. Nos últimos dois anos, o Frizão fez boa campanha na competição chegando as semifinais e a final da Copa Rio. Num momento de crise no Brasil inteiro, (Nova Friburgo não é diferente) a diretoria luta para manter o clube no estadual e faz todos os esforços possíveis e imagináveis, sem apoio quase que nenhum e com diversos pagamentos que tem que ser mantidos em dia, já que o elenco de jogadores e comissão técnica não pararam de trabalhar mesmo com as eliminações

A Toque de Craque Editoria e Eventos, afim de esclarecer dúvida, e, até mesmo deixar o torcedor a par de tudo que acontece no Friburguense, justamente porque a mídia hoje não vai ao clube, e prefere a prática do “copia e cola” ou “bate no Google”, procurou o Gerente de futebol José Eduardo Siqueira (Siqueirinha) para uma entrevista exclusiva.

Elaboramos perguntas que jamais alguém da mídia atual, perguntou ou procurou saber. A entrevista estará no bog www.joseduartenoticias.blogspot.com.br e na página do facebook cujo endereço é: https://www.facebook.com/Toque-de-craque-Editoria-e-Eventos. Veja na íntegra a entrevista  

TOQUE DE CRAQUE: Porque o Friburguense não utiliza uma maior base da cidade e região, recorrendo a outras cidades?
SIQUEIRINHA: O Friburguense tem um trabalho desde das escolinhas que começa com 5 anos até o sub 20 nas categorias de base, isso envolve uns 250 garotos... até a o sub 15 não alojamos ninguém, ou seja, as nossas equipes são formadas exclusivamente por atletas da cidade e região. A partir do sub 17, os garotos que tenham 15 anos pra cima, existe um espaço de alojamento que colocamos no máximo 18 atletas entre 15 e 19 anos, sendo esses escolhidos através de teste , levando em conta que a sua qualidade, sua disciplina sua característica e principalmente seu talento tem que ser diferenciado... com isso, 90% são oriundos daqui e região... Sendo assim, o que parece, não é o que acontece! Essa imagem se dá, porque entre a categoria de base e o profissional, muitas coisas são fundamentais, entre elas , esses atletas precisam atender os requisitos básicos de todo profissional de futebol, que envolve a determinação, a renúncia, a dedicação e envolvimento total com treinamentos e com aquilo que o Clube sabe que tem que ser necessário pra continuidade da sua profissão. A grande maioria que fica no meio do caminho, acontece justamente porque esses atletas que não chegam no time profissional não seguem esse padrão básico dentro das categorias de base que passam... o que acontece é o contrário do que se parece, trabalhamos para aproveitar o máximo de atletas da cidade , pois além do custo menor, temos aquilo que é essencial, o fato de jogar pelo clube de sua cidade... porém, não é assim que funciona na realidade, por causas diversas, esses atletas depois de anos analisando e tentando diminuir essa perda de atletas e de trabalho investido, vemos que a demanda se dá por uma concorrência de varias setores, citamos os principais: os atletas da cidade por mais que mostramos exemplos do que deu certo e a forma de se fazer com conscientização quase diária, tratam o clube como uma espécie de vitrine e trampolim para um objetivo pessoal. Esses são influenciados por sonhos fáceis de pessoas que se dizem empresários que iludem não só atletas, mas também seus familiares... outro motivo é a pressão de ter que trabalhar a partir de determinada idade, pois o futebol assim como qualquer profissão precisa de um determinado tempo pra se tornar um bom profissional, e alguns não conseguem esperar esse tempo... outro motivo é a influência  de amigos e pessoas que tem uma vida social frequente e quem  deslumbram esse tipo de estrutura que não funciona com o ritmo de vida do atleta... e alguns novos motivos como o pagamento pra esses atletas jogarem as peladas de final de semana e o principal que aumentou muito nos últimos anos é falta de entrega na oportunidade que é lhes dada, temos hoje uma geração que gosta do resultado final, mas que não suporta as frustrações que a carreira oferece, não muito acostumado com a dificuldade de se tornarem titulares da equipe, com a intensidade de treinamentos que o futebol moderno exige acabam desistindo no meio do caminho. É lógico, que isso não é uma regra, mas os atletas da cidade valorizam pouco o fator de jogar perto de casa, num clube da casa, em um ambiente que pode torná-los grande profissionais, temos história diversas de atletas que deram certo, mas o que circulam em seus ouvidos e suas mentes é sempre contrário ao que o Clube representa...


TOQUE DE CRAQUE:  Depois de chegar às finais da Série D por qual motivo o time entrou em declínio?
SIQUEIRINHA: Realmente aquele ano 2012 foi um divisor de águas, realmente não podemos afirmar como estaríamos hoje se tivemos passado pra série C, mas já sabíamos que com o calendário que foi implantado pela CBF, os pequenos teriam cada vez menos chance de ter aquela oportunidade. E mesmo tendo sido o quinto colocado em 2012 na série d , não conseguimos disputar a competição no ano seguinte, pois a boa competição não tinha nenhum peso no ano de 2013... porém, não considero um declínio, dentro do estadual tivemos bons Campeonatos, e até mesmo o de 2016 que fomos rebaixado, tivemos uma campanha que no geral fomos bem colocados e caímos pelo regulamento... aí sim, nesses dois últimos anos sem a cota da tv , o patrocínio e a calendário da segunda divisão, a coisa ficou complicada.

TOQUE DE CRAQUE:  Quanto o Friburguense precisa para se manter nas três competições o ano inteiro?
SIQUEIRINHA: Hoje fazendo um trabalho pra série b do Carioca, o custo mensal sai na casa de 110 mil reais, mais ou menos 800 mil reais de abril a outubro, fazendo um salário com média de 1.500 reais pra 28 jogadores e mais 12 funcionários entre comissão técnica e outros. Com uma folha de 60 mil , e as outras despesas com impostos, alimentação , moradia, categoria de base, viagens, despesas de jogo, despesas de manutenção, energia, água, telefone e outros

TOQUE DE CRAQUE: Muito se fala que o time é velho e que o adversário já conhece o sistema de jogo e por isso o time perde nos momentos decisivos. Qual sua posição?
SIQUEIRINHA: Essa é a opinião clara de quem não vem aos jogos ou escuta a imprensa que não assiste, mas comenta o que não viu... o Friburguense tem nos últimos 6 anos a maior renovação de plantel a cada ano, aproveitando garotos da base e jogadores com média de 24 anos... É lógico que citam sempre o Cadão , o Zica , Bidu e o Sérgio... O Cadão virou treinador a dois anos e tem gente que acha que ele joga até hoje!

TOQUE DE CRAQUE: Qual é o relacionamento com a Prefeitura hoje?
SIQUEIRINHA: Não tivemos parceria nos últimos 14 anos do Governo Municipal

TOQUE DE CRAQUE: Será que não chegou a hora de fazer um plano de marketing para vender a imagem do clube a nível regional?
SIQUEIRINHA: Esse é um fator que vamos mudar agora, pois nos últimos anos víamos sendo considerado o maior divulgador da cidade e de 2001 até 2017, com todas as propriedades vendidas, a partir de 2018 com a saída da Stam e a permanência na segunda divisão vamos ter que transformar essa área!

TOQUE DE CRAQUE: Não seria o momento de fazer uma reforma no campo do Serrano e mandar alguns jogos de menor importância dentro de Olaria já que lá existe uma gama muito grande de torcedores?
SIQUEIRINHA: Hoje pra aprovar o Eduardo Guinle com liberação de todas as exigências está difícil, o Serrano não tem a mínima condição de receber jogos com uma reforma e teria que ser totalmente modificado pra jogos da base... hoje o Serrano tem espaço usado de segunda-feira até domingo entre veteranos de olaria , escolinha de olaria, categoria de base e campeonato de olaria, ou seja , ele é do FAC , mas tem uso pra comunidade em geral.

TOQUE DE CRAQUE: A torcida do Friburguense é muito fria, chega a ser gelada as vezes, não tem como fazer um trabalho de conscientização do torcedor em torno do clube?
SIQUEIRINHA: A torcida do Friburguense realmente não abraçou a causa da segunda divisão! Mas temos uns abnegados que nos apoiam sempre! Temos que buscar coisas novas nesse aspecto

TOQUE E CRAQUE: Outro ponto discordante da cidade é o empresariado local que é insensível ao futebol. O que pode ser feito para melhorar esse
relacionamento?
SIQUEIRINHA: Vamos buscar esse apoio mais direto em 2019, até ano passado tínhamos compromisso firmado com todas as nossas propriedades publicitária.

TOQUE DE CRAQUE: Qual a  possibilidade de transformar o Friburguense numa arena para alugar para os grandes clubes trazer grandes jogos?
SIQUEIRINHA: Só mesmo transformando o nosso Estádio! Nesse momento acho muito difícil!

TOQUE DE CRAQUE: Os jogos a tarde, no meio de semana,  são deficitários porque o comércio local trabalha, não existe possibilidade de sugerir a FERJ a transferência para a noite com promoções, tipo sorteios, entrada gratuita de mulheres etc? No final de semana, os jogos não podem ser as 11h, uma experiência que deu certo na série A do Campeonato Brasileiro?
SIQUEIRINHA: Não vejo problemas com a Ferj, o caso é que a noite já foi tentado por dois anos e não mudou muito, e os jogos à noite aumentam o custo em 3000 mil por jogo!!! Quando ao domingo pode ser uma tentativa!

TOQUE DE CRAQUE: A mídia friburguense mudou muito, cresceu em tamanho mas não em qualidade, você acha que isso também é um fator que atrapalha?
SIQUEIRINHA: O que mudou foi a falta de participação mais direta no dia a dia, sei que as coisas mudaram, mas o acompanhamento da imprensa esportiva deixava a coisa mais dentro da realidade, hoje tudo é feito de forma mais fria e sem tanto envolvimento com a causa!

TOQUE DE CRAQUE:  Para 2019 qual é o pensamento?
SIQUEIRINHA: Vamos esperar as eleições do clube agora em novembro pra traçarmos os projetos!

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